Carvão Vegetal, Agenda 2030, ESG e Crescimento Econômico: Como tudo se conecta?

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O Brasil assume um papel-chave em relação às mudanças climáticas, sendo destaque por sua biodiversidade, áreas florestadas e potencial para desenvolver tecnologias mais sustentáveis para a indústria, como, por exemplo, a produção do aço verde, que é um produto derivado do carvão vegetal, insumo amplamente discutido na COP 26, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas.

O carvão vegetal é um produto renovável utilizado para diversos fins, desde o famoso churrasco até o abastecimento de indústrias siderúrgicas e metalúrgicas, onde atua como redutor na produção de ferro-gusa e ferroligas, sendo este o seu principal uso no Brasil, o maior produtor mundial dessa importante matéria-prima. É um dos principais insumos originados pelas florestas plantadas do país, com o estado de Minas Gerais assumindo a liderança na sua produção e consumo.

Com seu caráter renovável, o carvão vegetal é capaz substituir combustíveis de origem fóssil, sendo uma excelente alternativa para a diversificação da matriz energética mundial e para a redução de emissões de gases do efeito estufa (GEEs), alguns dos compromissos que compõem a Agenda 2030, assumido por 193 Estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015.

Os principais compromissos do Brasil, reforçados na COP 26, estão voltados para a redução de emissões de GEE, aumento da participação de energias renováveis na matriz energética e reflorestamento de áreas degradadas, todos intimamente relacionados com a produção de florestas e de carvão vegetal, sendo uma grande oportunidade para as empresas produtoras dessa matéria-prima saírem à frente na construção de melhores práticas ambientais, econômicas e sociais, principalmente para aquelas que investem em desenvolvimento e em melhorias que visam sustentabilidade na cadeia produtiva, como investimentos em controle de processo, adequação da matéria-prima, certificações e adoção de tecnologias sustentáveis, a exemplo da queima e reaproveitamento dos gases gerados durante a produção do carvão vegetal.

Existem estudos que mostram como práticas ESG (Environmental, Social and Governance), totalmente associadas à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, são capazes de aumentar a lucratividade e o valor de mercado das empresas ao longo do tempo, além da melhoria de sua imagem e atração de maiores investidores.

Dessa forma, percebemos que o foco em produtos e processos mais sustentáveis, incluindo a produção de carvão vegetal, é promissor para o desenvolvimento econômico, para a sociedade e para o meio ambiente e o GT Carvão Vegetal Sustentável está aqui para ajudar a tornar essa realidade cada vez mais próxima daqueles que caminham e desejam caminhar conosco.

Foto de Dandara Guimarães, Coordenadora Operacional do GT Carvão Vegetal Sustentável

Dandara Guimarães Engenheira Florestal Coordenadora Operacional do GT Carvão Vegetal Sustentável